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ROTEIRO DE ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA E GEOGRAFIA 8º ANO

LÍNGUA PORTUGUESA

Tema/Título da AtividadeO Poema conta

• Vocês costumam ler poemas?

 • Que sensações a leitura de poemas podem nos causar?

• Do que falam os poemas? Eles podem contar histórias?

• Conseguem citar algum autor de poema de que gostam?

1 Leia este trecho do Capítulo VIII, da obra Dom Quixote3, de Miguel de Cervantes.

Do bom sucesso que teve o valoroso D. Quixote na espantosa e jamais imaginada aventura dos moinhos de vento, com outros sucessos dignos de feliz recordação. Quando nisto iam, descobriram trinta ou quarenta moinhos de vento, que há naquele campo. Assim que D. Quixote os viu, disse para o escudeiro:

— A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça da face da terra.

— Quais gigantes?

— disse Sancho Pança.

— Aqueles que ali vês — respondeu o amo — de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.

— Olhe bem Vossa Mercê — disse o escudeiro — que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.

— Bem se vê — respondeu D. Quixote — que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes, são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera e desigual batalha. Dizendo isto, meteu esporas ao cavalo Rocinante, sem atender aos gritos do escudeiro, que lhe repetia serem sem dúvida alguma moinhos de vento, e não gigantes, os que ia acometer. Mas tão cego ia ele em que eram gigantes, que nem ouvia as vozes de Sancho nem reconhecia, com o estar já muito perto, o que era; antes ia dizendo a brado: — Não fujais, covardes e vis criaturas; é um só cavaleiro o que vos investe. […]

3 CERVANTES, M. D. Quixote: Vol. I. eBooksBrasil, 2005. Disponível em: . Acesso em: 7 jul. 2020.

4 Miguel de Cervantes (1547-1616) foi um escritor, dramaturgo e poeta espanhol, autor de Dom Quixote, uma obra- -prima da literatura universal, considerado o precursor do Realismo na Espanha. Disponível em: https://www.ebiografia.com/miguel_cervantes/. Acesso em 7 de jul. de 2020. Agora, observe a imagem a seguir.

Como essa imagem se relaciona ao trecho lido?

Leia o poema a seguir.

Dom Quixote

Adelina Lopes Vieira

 Paulo tinha seis anos incompletos;

tinha só quatro o louro e gentil Mário.

Foram à biblioteca, sorrateiros,

e ficaram instantes, mudos, quietos,

a espreitar se alguém vinha;

então, ligeiros como o vento,

correram p’ra o armário,

que encerrava os volumes cobiçados:

eram dois grandes livros encarnados,

cheios de formosíssimas gravuras,

mas pesados, meu Deus!

0s pequeninos

porfiavam, cansados, vermelhitos,

por tirá-los da estante.

Que torturas!

‘Stavam tão apertados, os malditos!

Enfim, venceram não sem ter lutado…

 Paulo entalou um dedo, o irmãozinho,

ao desprender os livros, coitadinho!

cambaleou, e foi cair… sentado.

Não choraram: beijaram-se contentes

e Paulo disse a Mário: Que bellote!

vamos ver à vontade o D. Quixote,

sem os ralhos ouvir, impertinentes,

da avó, que adormeceu.

Oh! que ventura!

Mário, tu não te mexas, fica atento:

eu vou mostrar-te estampas bem pintadas

com uma condição: cada figura

há de trazer ao nosso pensamento

uma dessas partidas engraçadas,

que eu sei fazer. Serve-te assim?

— ‘Stá dito.

Oh! que homenzinho magro! Que esquisito!

Quem é?

— É D. Quixote.

 — o barrigudo

é dona Sancha, que a mamãe me disse.

— Dona Sancha é mulher. Oh! que tolice!

O nome que ele tem, bobo, é Pançudo.

— Que está fazendo o padre na cadeira,

a entregar tanto livro à rapariga?

— São livros maus, que vão para a fogueira.

— Quais são os livros maus?

— Não sei, mas penso que devem ser os que

não têm dourados nem pinturas. Por mais que

o papai diga que o livro é sempre bom,

não me convenço.

— Ouves? Chamam por ti, fomos pilhados!

— Meu Deus, como há de ser? Mário, depressa,

vamos arrumar isto; assim.

— Não cessa

De chamar-nos a avó!

— Pronto.

— Inda faltam três livros.

— Já não cabem.

— Que canseira!

— Têm figuras?

— Não têm.

— Capas bonitas?

— Também não têm.

— Então são maus e saltam pela janela:

atira-os à fogueira.

Eram Sêneca, Eurico e Os jesuítas.

Escaparam do fogo os condenados,

ficando um tanto ou quanto amarrotados.

Salvou-os o papai,

mas impiedoso, fechou a biblioteca,

e rigoroso condenou os dois réus,

feroz juiz!

A soletrar… os Contos Infantis.

5 VIEIRA, A. L. Dom Quixote. Disponível em: . Acesso em: 06 jun. 2020. PORTUGUÊS | 11 12 | LÍNGUA PORTUGUESA

Agora identifiquem os elementos da narrativa que compõem esse poema.

Enredo:

Espaço e tempo:

Personagens e características:

Narrador e conflito:

A poesia, por oposição à prosa, é escrita em verso. Cada linha do poema é chamada de verso. Um conjunto de versos, separado de outro conjunto de versos por uma linha branca, é chamado de estrofe.

Na poesia, as rimas se caracterizam pela repetição de sons no final de dois ou mais versos, conferindo musicalidade ao poema.

  • Poema épico ou narrativo

Conta uma história, em forma de versos, e apresenta todas as características do gênero narrativo, como narrador, personagens, tempo e espaço. 

GEOGRAFIA

Tema/Título da Atividade: Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.

Primeiro momento: Questão disparadora: 01-  Você sabe qual a disponibilidade de água doce possui o Brasil em relação ao total mundial?

Resposta: Segundo cálculos mais recentes o Brasil dispõe de cerca de 12 % de toda a água doce do planeta.

Segundo momento:      América Latina tem água em abundância, mas falta saneamento.

A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru estão entre os dez países com a maior quantidade de recursos hídricos. Apesar disso, 106 milhões de latino-americanos ainda não dispõem de banheiro em casa e 34 milhões não têm acesso constante a água potável, segundo estudo do Banco Mundial.

Existem 100 milhões de pessoas sem acesso a sistemas adequados de saneamento na América Latina e 70 milhões não têm água encanada, segundo dados da ONU. No Brasil, menos da metade da população tem acesso a redes de esgoto. Foto: EBC
No Brasil, menos da metade da população tem acesso a redes de esgoto. Foto: EBC

A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru estão entre os dez países com a maior quantidade de recursos hídricos. Apesar disso, 106 milhões de latino-americanos ainda não dispõem de banheiro em casa e 34 milhões não têm acesso constante a água potável, segundo estudo do Banco Mundial.

A instituição apontou ainda que 20% da população latino-americana ainda não tem saneamento melhorado, que, de forma higiênica, separa os dejetos humanos do meio ambiente. Além disso, mais de 70% das águas são despejadas sem tratamento nos rios e oceanos da região.

As estatísticas dão uma ideia do desafio que será alcançar o sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que busca, até 2030, proporcionar acesso universal e equitativo à água potável, a um preço acessível a todos.

Apesar de o acesso à água potável ter melhorado no mundo — passou de 76% da população global para 91% atualmente — ainda restam ao menos 1,8 bilhão de pessoas utilizando fontes de água contaminada com matéria fecal.

O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 6 também tem como meta pôr fim à defecação ao ar livre e oferecer saneamento a todas as pessoas. Em todo o mundo, 2,4 bilhões de pessoas carecem desse serviço.

O estudo “Indicadores de Desenvolvimento 2016”, do Banco Mundial, calcula que a economia global perde cerca de 250 bilhões de dólares por ano pela falta de serviços adequados de água e saneamento. Outro desafio citado é a disponibilidade de recursos hídricos no mundo, que caiu pela metade nos últimos 50 anos, enquanto a demanda por água só aumentou.

Enquanto a América Latina ainda tem água em abundância, o Oriente Médio e Norte da África e o Sul da Ásia são as regiões mais carentes desse recurso. Nelas, há menos de 1.700 metros cúbicos disponíveis por pessoa ao ano, o que as coloca em estado de estresse hídrico. Fonte : Banco Mundial

A Gestão da Agua na América Latina

 América Latina é uma região possuidora de vastos recursos hídricos. A América do Sul em particular é uma região privilegiada nesse quesito. Ali estão algumas das bacias hidrográficas mais importantes do mundo, como as dos rios Amazonas, Orinoco e da Prata. Contudo, a distribuição da água é altamente desigual em termos geográficos. O continente também possui grandes áreas desérticas ou semidesérticas, em termos climáticos.

Há sérios desafios relacionados à gestão da água. Por um lado, em muitas áreas os processos de mudança climática acelerados pelo aquecimento global apresentam forte impacto nos volumes de água disponíveis. Até mesmo as grandes bacias hidrográficas estão sofrendo situações extremas, como a escassez de água ao longo do Amazonas ou a redução do fluxo na bacia do rio da Prata, em alguns períodos. Outra ameaça importante é a contaminação das fontes de abastecimento pelos mais variados motivos, incluindo descargas de esgotos domésticos e industriais e os impactos ambientais negativos causados pela agricultura e pela mineração intensivas. Estima-se que somente 5% do esgoto proveniente de usos urbanos e industriais recebem algum tipo de tratamento antes de serem devolvidos ao meio ambiente.

Outro problema grave é a falta de racionalidade, particularmente nas áreas urbanas, onde grandes quantidades de água tratada para o uso humano com, custos muito elevados para a sociedade, é desperdiçada tanto pelos usuários como pelas próprias empresas responsáveis pelo fornecimento do serviço. A agricultura e a mineração intensivas também respondem por usos excessivos, muitas vezes devido à falta de tecnologias adequadas para um manejo eficiente dos recursos hídricos.

Neste sentido, há processos muito animadores ocorrendo em quase todos os países da América Latina, que demonstram uma tomada de consciência por parte da população. Vários governos da região também promovem processos auspiciosos, como a criação de instituições e marcos normativo que potencialmente podem contribuir para uma gestão mais racional e equitativa da água.

Contudo, o panorama geral dá motivos para a preocupação, já que existem demasiados processos que parecem estar fora de controle, fora do alcance dos governos e de outros atores com capacidade de ação neste terreno. Além disso, os processos de desmatamento intensivo na América Latina estão longe de serem controlados. No melhor dos casos, os governos conseguiram reduzir a taxa (podemos dizer, a velocidade) do desmatamento, mas não lograram reduzir esse processo a níveis controláveis. O impacto negativo do desmatamento sobre os recursos hídricos na América Latina já é notável e ameaça reduzir seriamente a disponibilidade e a qualidade da água em muitas áreas da região.

É urgente continuar melhorando a qualidade das instituições dedicadas à gestão dos recursos hídricos na região, reforçando a formação de quadros competentes em todas as áreas relevantes para a ação, incluindo as ciências sociais. É necessário também aprofundar o processo de educação da população, e sobretudo a educação dos dirigentes em todos os níveis.

Um grave risco que a América Latina enfrenta é o fato de que para uma grande maioria dos quadros dirigentes na região parece que os temas ambientais continuam ocupando uma posição muito baixa na escala de prioridades. Esta aparente cegueira que caracteriza em grande medida a prática concreta, não necessariamente o discurso das autoridades e dos líderes empresariais da região, gera motivos para preocupação.

Parece prevalecer na América Latina a noção de que recursos naturais são inesgotáveis e se auto purificam (visão segundo a qual não importa que se despejem grandes quantidades de dejetos sem tratamento nas fontes de água), o que constitui uma atitude irracional e que vai contra a evidência cada vez mais incontestável sobre a situação crítica da água em muitas partes da região. Fonte
José Esteban Castro é coordenador da Rede Waterlat (www.waterlat.org), dedicada à pesquisa dos temas da água na América Latina e Caribe e professor de Sociologia da Escola de Geografia, Política e Sociologia da Universidade de Newcastle,Inglaterra. Traduzido do original em espanhol por Raony Silva Nogueira e Maria da Piedade Morais.

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